Sete anos de registro do Ofício do Mestre de Capoeira e Roda de Capoeira

Em 21 de outubro de 2015 se comemora os sete anos do reconhecimento como patrimônio cultural brasileiro da Roda de Capoeira e do Ofício do Mestre de Capoeira.  O registro foi realizado, em 2008, com base nas pesquisas desenvolvidas, durante a fase de inventário, nos estados da Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro. Hoje, a capoeira é um dos maiores símbolos da identidade brasileira e está presente em todo território nacional.

É também praticada em mais de 160 países, em todos os continentes e apresenta variações regionais e locais criadas a partir de suas “modalidades” mais conhecidas: as chamadas “capoeira angola” e “capoeira regional”.  Originada no século XVII, em pleno período escravista, a capoeira desenvolveu-se como forma de sociabilidade e solidariedade entre os africanos escravizados, estratégia para lidarem com o controle e a violência.
Roda de Capoeira

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Foto: Arquivo Iphan

Roda de Capoeira

Inscrita no Livro de Registro das Formas de Expressão, em 2008 – é um elemento estruturante de uma manifestação cultural, espaço e tempo, onde se expressam simultaneamente o canto, o toque dos instrumentos, a dança, os golpes, o jogo, a brincadeira, os símbolos e rituais de herança africana – notadamente banto – recriados no Brasil.

Profundamente ritualizada, a roda de capoeira congrega cantigas e movimentos que expressam uma visão de mundo, uma hierarquia e um código de ética que são compartilhados pelo grupo. Na roda de capoeira, são batizados os iniciantes, se formam e se consagram os grandes mestres, se transmitem e se reiteram práticas e valores afro-brasileiros.

A 9ª Sessão do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda aprovou, em novembro de 2014, em Paris, a Roda de Capoeira, um dos símbolos do Brasil mais reconhecidos internacionalmente, como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. O reconhecimento da Roda de Capoeira, pela Unesco, é uma conquista muito importante para a cultura brasileira e expressa a história de resistência negra no Brasil, durante e após a escravidão.

O Ofício dos Mestres de Capoeira, inscrito no Livro de Registro dos Saberes, em 2008, é exercido por aqueles detentores dos conhecimentos tradicionais dessa manifestação e responsáveis pela transmissão de suas práticas, rituais e herança cultural.

O saber da capoeira é transmitido de modo oral e gestual, de forma participativa e interativa, nas rodas, nas ruas e nas academias, assim como nas relações de sociabilidade e familiaridade construídas entre mestres e aprendizes. A capoeira, largamente difundida no Brasil e no mundo, depende da manutenção da cadeia de transmissão desses mestres para sua continuidade como manifestação cultural.

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Ministério da Cultura

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