A plataforma que abarca o Cadastro Nacional dos Pontos de Cultura e prevê uma nova rede social da cultura é uma experiência inédita no governo federal no que tange ao desenvolvimento colaborativo. Para Diego Aguilera, Coordenador Geral de Tecnologia e Informação do Ministério da Cultura e coordenador técnico do projeto, a Rede Cultura Viva cria uma solução inovadora para os Pontos de Cultura e, sobretudo, “uma nova forma de trabalhar na administração pública, envolvendo os cidadãos na construção de soluções informatizadas, em uma democracia direta e participativa”.
A Rede Cultura Viva é o primeiro sistema dentro de uma nova visão transversal do Ministério da Cultura. A ferramenta busca integrar de forma convergente as dimensões da gestão da informação, das tecnologias, da participação e da comunicação, conformando um conjunto de políticas digitais. O processo de desenvolvimento envolveu todas as secretarias do ministério e também diferentes agentes da cultura digital que auxiliaram na construção e concepção do projeto.
Inspirado em experiências da sociedade civil, como mapeamentos colaborativos e plataformas de crowdfunding, a rede estará alocada em uma plataforma de integração e articulação, um ambiente de rede, de trocas de experiências, serviços, conhecimentos e informações com o objetivo de estimular o intercâmbio, a articulação em rede, a economia solidária e colaborativa.
“A Rede já nasce integrada à uma nova proposta do Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC) e do ID Cultura. Esta proposta integradora permitirá que os Pontos de Cultura cadastrados na rede interajam com outros ambientes dentro e fora do ministério, como o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, o Cadastro Nacional de Museus e o Salic.”, comenta o Coordenador Geral de Monitoramento de Informações Culturais Leonardo Germani. Assim como o novo SNIIC, a rede é baseada, entre outras referências, no Mapas Culturais, um software livre para mapeamento colaborativo e gestão da cultura que foi desenvolvido pelo Instituto TIM.
Foram realizadas duas imersões para estruturação e sistematização das demandas e também foram envolvidos o núcleo de participação social da Secretaria Geral da Presidência, a Secretaria Nacional da Juventude, o Ministério do Trabalho e do Emprego e o Ministério do Desenvolvimento Social. Além desses, grupos como Hacklab, Núcleo Digital e a Rede Hackers BR também participaram do desenvolvimento.
A ferramenta é toda construída em software livre e todo o seu processo de desenvolvimento também está sendo registrado em um repositório digital. “Essa construção participativa é uma oportunidade muito grande. É a primeira experiência de um portal em implementar uma política com participação de programadores do Brasil afora. Vamos criar uma nova política de desenvolvimento de ferramentas”, afirma Aguilera.
Ainda no processo de abertura do projeto e envolvimento da sociedade, a rede foi apresentada à sociedade por meio de programas transmitidos ao vivo pela internet nos quais era possível enviar contribuições para o seu aperfeiçoamento.