Nota de Pesar: Dona Zelita

“Uma vez fugi pra sambar. Quando voltei apanhei, mas já tinha sambado.”

Dona Zelita, nasceu Joselita Moreira da Cruz Silva. Foi uma mulher à frente de seu tempo; Sambadeira, tocadora de prato-e-faca e pandeiro líder da chegança feminina Fragata Brasileira, de Saubara, BA, no coração do Reconcavo Baiano. Se foi na última senana (24 de março); nos deixou com seu legado, acreditando que a transmissão dos saberes tradicionais só vai ter eco, se for incorporada à educação e ao cotidiano das crianças.

Foi a grande mentora da criação da Fragata Mirim de Saubara. Zelita, desde pequena tinha dom para sambar e cantar. Cantava e alegrava o trabalho na roça; cantava boi, cantava roda, cantava samba.

O adeus pra Zelita cumpriu o ritual preconizado por ela: “o samba me dá muita coragem, acho que tou vivendo ainda por causa do samba..ah, se fosse coisa que não fosse assim, quando eu morresse, podia fazer samba, o defunto tava aí, o povo podia tá sambando!…Não quero que ninguém chore não. …o samba pra mim é tudo.”

E foi assim que aconteceu; o samba rolou e Zelita foi recebida no céu por uma galera animada, encabeçada pelos seu ascendentes mas também de Mestre Bimba, Salustiano, Euclides, Humberto de Maracana, Dona Tete do Cacuria, Ariano, e tantos outros.

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