Sagihengu e Kamukuwaká, dois lugares sagrados para as comunidades indígenas do Alto Xingu, no Mato Grosso, foram tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), entidade vinculada ao Ministério da Cultura (MinC). A homologação do tombamento foi publicada nesta quarta-feira (21) no Diário Oficial da União.
Os dois lugares integram o Kuarup, a maior festa ritualística entre os povos do Alto Xingu, mas estão localizados fora da área do Parque Nacional, devido à redução dos limites originais do parque, inferiores ao território histórico de ocupação indígena.
O pedido ao Iphan para tombamento dos lugares sagrados foi apresentado em 2008 com a intenção de garantir a conservação e o direito de acesso às comunidades indígenas ao local. Outro objetivo é preservar a cultura nos aspectos espirituais e religiosos das comunidades que participam do rito.
Lugares sagrados
O Kuarup é uma cerimônia anual, realizado no final da estação seca, entre agosto e setembro, com duração de alguns dias. O ritual presta homenagem póstuma a chefes e lideranças indígenas. A cerimônia estabelece o fim do luto e da tristeza, ao mesmo tempo em que restaura a alegria, a vida e o início de um novo ciclo vital.
Sagihengu é o lugar onde começa o Kuarup e onde as comunidades indígenas afirmam ter ocorrido o primeiro Kuarup em homenagem a uma mulher: a Mãe. A cerimônia neste local homenageia a vida, apesar de ser uma cerimônia funerária.
Outro lugar sagrado é Kamukuwaká, considerado local de passagem de vida e morte. O lugar – uma caverna – era prisão sepulcro e local de renascimento, onde o cacique Kamukuwaká e seus parentes ficaram encerrados. Este povo, punido pelo Sol, invejoso de sua beleza, é o antepassado dos Waurá. Foi no abrigo Kamukuwaká que teve início o ritual de furação de orelhas, fazendo morrer o menino e nascer o homem.
Assessoria de Comunicação
Com informações do Iphan
Ministério da Cultura