Artigo analisa a política de Autodeclaração dos Pontos de Cultura

O Cultura Viva é objeto de estudo frequente para pesquisadores da área de políticas culturais. Com diversas teses de mestrado e doutorado dedicadas ao programa, o conhecimento e reflexão acadêmica das suas ações e consequências para a sociedade ajudam no aprimoramento da política e possibilitam uma análise qualitativa mais aprofundada dos resultados esperados e obtidos.

No início de fevereiro, Jocastra Holanda, Mestre em Políticas Públicas e Sociedade pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), graduada em Comunicação Social pela Faculdade Evolutivo (FACE) e integrante do Observatório da Diversidade Cultural (ODC), lançou um artigo que analisa a mais nova mudança no Cultura Viva: a política de autodeclaração.

No texto, Jocastra faz uma introdução com um breve histórico do programa até a aprovação e regulamentação da Lei Cultura Cultura Viva e levanta o objeto da sua análise. “Interessa-nos aqui problematizar não sobre as mudanças técnicas e operacionais no Programa, embora sejam de fundamental importância para os avanços e para sua continuidade, mas refletir acerca do que significa em termos simbólicos a autodeclaração como Ponto de Cultura. O que seria esta autodeclaração como Ponto de Cultura? O que essa “autodeclaração” representa? Quais significados políticos e culturais a “autodeclaração” como Ponto de Cultura aciona?”.

Nos sete parágrafos seguintes ela apresenta a relação da autodeclaração com a identidade, comparando-a a autodeclaração ético-racial em suas semelhanças e diferenças e conclui que:

“Ser Ponto de Cultura” revela, portanto, a força discursiva e simbólica de uma ideia de “identidade compartilhada”. É o “reconhecimento de si” como Ponto de Cultura e o “reconhecimento de Outros” produtores e criadores de cultura de todo o país que podem atuar e se articular em rede, partilhando de uma mesma “identidade”.

Baseada em matérias e conteúdos da própria Rede Cultura Viva e no texto “O Cultura Viva e sua potência discursiva” de José Márcio, Jocastra ainda conclui que a política de autodeclaração aciona as dimensões política, simbólica e cultural ao provocar os grupos a se articularem em rede; ao ampliar os espaços de participação, tornando o estado mais poroso à sociedade civil; e ao valorizar e reconhecer as iniciativas culturais de diferentes classes, identidades e temáticas.

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